Às vezes as pessoas amam-se, mas...
Para mim, as melhores relações são construídas à moda "antiga". Olho no olho, mão na mão com conversas longas a perderem-se no tempo. Olhos que namoram a boca que fala, apreciando-lhe todas as curvas com prazer, que debitam palavras e mais palavras sobre assuntos mais íntimos ou triviais, e que intensificam os laços entre os interlocutores.
Por isso não entendo como podem estes novos amores sentarem-se lado a lado, de telemóvel na mão completamente embrenhados naquele dispositivo, esquecendo por completo que estão ali, acompanhados um do outro. Não se tocam. Não se falam. Desligam-se momentaneamente apenas para engolirem à pressa o café que entretanto chegou à mesa... E retomam as suas conversas secretas num mundo virtual que os leva para bem longe dali.
Assisto a tudo isto com alguma nostalgia dos tempos em que sem telemóveis, nos entregávamos ás longas conversas pela madrugada fora, onde a única coisa que nos interrompia eram as horas tardias e o ter de levantar para trabalhar no dia seguinte.
Tempos de amores mais genuínos, onde os afectos eram mais intensos, e a relações muito mais próximas.
-Sofia Faria
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